Ao serviço do amor e da unidade
(Jo 10, 11-18)
4º Domingo após a Páscoa
A Ressurreição possibilitou a Jesus assumir definitivamente, seu papel de Bom Pastor da comunidade. Ressuscitando, ele tomou a defesa de seus discípulos, mormente nos momentos de perseguição e dificuldade e não os deixou a mercê de seus adversários. A sorte de cada discípulo diz-lhe respeito pessoalmente.
O Ressuscitado conhece cada discípulo nas suas carências e anseios. E também se deixa conhecer. Este mútuo conhecimento permite ao discípulo reforçar sua fé e tornar-se forte, quando a perseguição se abate sobre a comunidade.
A presença do Ressuscitado, enquanto pastor visa gerar unidade no seio da comunidade, congregando todos em torno de uma fé comum, expressa num mesmo projeto de vida fundado no amor. Contudo, a comunidade do Ressuscitado não é um grupo fechado. Antes, é desejo do pastor que muitos outros discípulos sejam atraídos para a fé e agregados ao grupo dos que querem pautar sua vida pelo amor. O apelo do Ressuscitado deve chegar até quem está à margem da fé e despertá-lo para o ideal de vida em comum.
O ideal de vida no amor e na unidade para o que Jesus está conduzindo a comunidade de fé corresponde ao desejo do Pai. É próprio de o discípulo deixar-se conduzir à unidade por Jesus.
Para os primeiros cristãos, Jesus não é só um pastor, mas o verdadeiro e autêntico pastor. O único líder capaz de orientar e dar verdadeira vida ao ser humano. Esta fé em Jesus como verdadeiro pastor e guia adquire uma atualidade nova numa sociedade massificada como a nossa aonde as pessoas correm o risco de perder sua própria identidade e ficar diante de tantas vozes e reclamos.
A ´publicidade e os meios de comunicação social impõem ao indivíduo não só a roupa que deve vestir, a bebida que deve tomar ou a música que deve ouvir. Impõem também os hábitos, os costumes, as ideias, os valores, o estilo de vida e a conduta que deve adotar. Os resultados são palpáveis. São muitas as vítimas desta “sociedade aranha”. Pessoas que vivem “segundo a moda”. Pessoas que já não agem por própria iniciativa. Homens e mulheres que buscam sua pequena felicidade, esforçando-se para adquirir aqueles objetos, ideias e comportamentos que lhes são ditados de fora.
Expostos a tantos chamarizes e reclamos, corremos o risco de não escutar mais a voz do próprio interior. É triste ver as pessoas esforçando-se para viver um estilo de vida “imposto” de fora, que simboliza para elas o bem-estar e a verdadeira felicidade.
Em contrapartida, nós cristãos devemos ter a consciência que só Jesus pode ser guia definitivo do ser humano. Só com Ele podemos aprender a viver. O cristão é precisamente aquele que, a partir de Jesus vai descobrindo dia a dia qual é a maneira ais humana de viver.
Seguir Jesus como Bom Pastor é interiorizar as atitudes fundamentais que Ele viveu e esforçar-nos para vivê-las hoje a partir de nossa própria originalidade, prosseguindo a tarefa de construir a Reino de Deus que Ele começou.
Mas, enquanto a meditação for substituída pela televisão, o silêncio interior pelo ruído e o seguimento da própria consciência pela submissão cega à moda, será difícil escutarmos a voz do Bom Pastor que pode ajudar-nos a viver no meio desta “sociedade de consumo” que consome seus consumidores.
Façamos nossa oração:
Senhor Jesus, faze-nos viver sempre em união de fé e de amor com nossos irmãos, certos de que estão reunidos em torno de ti. Amém
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