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Tela Tomazeli l Editora

A bombacha**

A bombacha é vestimenta que faz parte da vida dos rio-grandenses muito além das aparências, sendo o documento visível e permanente da estampa gaúcha. A invenção dela não foi com a intenção de boniteza e sim a do conforto. Ela resultou em uma roupa inteligente, porque além de garantir a liberdade de movimento, o bolsão de ar que ela conserva pela largura que tem, isola tanto o frio quanto o calor. Com isso fica bem diferente das fardas dos soldados, que são frias no inverno e quentes no verão. Além disso, aparece elegante e distinta nos palcos da música, da poesia ou do teatro, exibindo roupagens da mais límpida cultura rio-grandense.

Mas as bombachas adquiriram grande valorização, a partir do momento em que começaram a ser usadas pelas mulheres. O benefício desse novo costume foi que elas encontraram uma vestimenta que lhes deu conforto para andar a cavalo. Nasceram daí as cavalgadas femininas, a mais terna consequência moderna resultante da bombacha. Mas, ainda bem que elas persistem no uso de seus vestidos de prenda e suas águas de cheiro, como eternos e infalíveis instrumentos de sedução.

A bombacha e os gaúchos, além disso, se juntam de qualquer jeito. Bem no começo parecia um saiote, que Paixão Cortes e seus pesquisadores chamaram de chiripá; depois se alargou, caindo sobre o cano das botas, adornada por elegantes dobraduras em forma de favo. Hoje são mistura livre de vários feitios, incluindo, até, simpática influência castelhana. Assim, ao longo dos anos, ela mudou de formato, mas não de significado.

A bombacha se cobre de sabedoria quando faz parte da rotina de milhares de gaúchos que vivem nas cidades, e que se sentem confortados quando estão voltando para suas casas e pensando: “agora vou chegar em casa, botar uma bombacha, um chinelo, tomar meu chimarrão e pensar na vida. ”

**Homenagem do nosso Magazine aos conterrâneos que organizaram o notável sucesso do Rodeio Internacional de Gramado, ocorrido no último fim de semana

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