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Tela Tomazeli l Editora

A consciência natalina de Gramado

            Andando por aí, notamos que Gramado e seus moradores estão definitivamente contaminados pelo Natal. Parece até que temos obrigação de comprovar, a cada ano, que foi aqui que Jesus Cristo nasceu. A cidade se move numa direção única, igual às plantas que crescem na direção da luz.

            Ao longo do tempo, o Natal e sua natureza foram aqui transformados em fontes de arte muito lucrativas. Contudo, houve o cuidado de preservar a mística essencial desse período, borrifadas com neve artificial, túnicas vermelhas e afinados sininhos.

            Intriga os observadores mais específicos, o modo como reviramos as diferentes faces do Natal, sem fazer com que ele deixe de ser Natal. E não que tenhamos fechado as portas para concepções mais esotéricas (ao Joãozinho Trinta que o diga). É que temos um jeito natalino fortemente incorporado à nossa maneira de ver Gramado, a vida e nosso sustento, abrigando um jeito de criança que se conserva em qualquer idade.

            As razões que nos tornaram o centro natalino do País começaram pela dor de pequenas araucárias, admiradas como animais em zoológico e, ainda, agüentando o título de Pinheirinhos de Natal. Mas, buscando estímulo mais apropriado, as araucárias foram deixadas viver e, em seu lugar, inventou-se a luz. Considerando que os dias de dezembro já são muito iluminados, para nossos propósitos, iluminamos a noite. E para ocupar as noites claras, antigos personagens natalinos foram revigorados e novos ganharam vida.

            Quando a cidade se põe de pernas para o ar mostra  o canteiro de obras de onde surgirá o cenário pelo qual Jesus Cristo vai ser menino outra vez e Papai Noel brincará de ser um velhinho cansado. Os alicerces da terra tremem ao peso de ousadas inovações, surpreendendo quem pensava que o poder criativo de nossos especialistas pudesse perder brilho ao peso dos escancarados elogios recebidos durante o já longínquo ano de 2018. Medindo o quanto a iniciativa privada e o Poder Público trabalham distantes da timidez, não temos olhos para enxergar os limites que marcarão o fim de nossas ambições.

            Mais do que outro Natal, estamos vivendo a causa de um povo que se rejubila na prosperidade construída com afeto, talento e inabalável orgulho de ser cada vez melhor. 

Edições Antigas

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