O Festuris inicia nesta quinta-feira, dia 4 de novembro, com a solenidade de abertura, que retorna…
Bem-aventurança e santidade
(Mt 5,1-12a)
Solenidade de Todos os Santos
Ao proclamar as bem-aventuranças, Jesus descreveu a dinâmica da santidade. Bem-aventurado é sinônimo de santo. Portanto, santos são os pobres em espírito, cujo coração está centrado em Deus e que rejeitam toda espécie de idolatria. Com certeza, possuirão o Reino dos Céus. Santos são os mansos, que por não responderem à violência com violência, herdarão um bem inalcançável pelos violentos.
Santos são os aflitos, que são impotentes diante de situações dramáticas, e não pretendem ter solução para tudo. Sua recompensa será a consolação de Deus. Santos são os famintos e sedentos de justiça, que não pactuam com a maldade, nem se deixam levar pela lógica da dominação. Deus mesmo haverá de realizar seu ideal e fazê-los contemplar o reino da justiça. Santos são os misericordiosos, cujo destino consistirá em viver a comunhão definitiva com o Deus-misericórdia.
Santos são os puros de coração, que não agem com segundas intenções e nem falsidade, mas sim, com transparência. Por isso, serão recompensados com a visão de Deus, em todo seu esplendor. Santos são os promotores da paz, que procurar criar laços de amizade e banir toda espécie de ódio, a fim de que o mundo seja mais fraterno. Eles serão chamados filhos e filhas de Deus. Santos são os perseguidos por causa da justiça, os que lutam para fazer valer o projeto de Deus para a humanidade. Este é o caminho da santidade que todos somos chamados a percorrer.
Conteúdo inesgotável
Quem se aproxima sempre de novo das bem-aventuranças de Jesus percebe que seu conteúdo é inesgotável. Sempre surgem novas ressonâncias.
É bom crer
Muitas vezes se pensa que a fé é algo qe tem a ver co a salvação eterna do ser humano, mas não com a felicidade concreta de cada dia, que é o que precisamente agora nos interessa. Além disso, há os que suspeitam que sem Deus e sem religião seríamos mais felizes. Por isso é conveniente lembrar algumas convicções cristãs que caíram no esquecimento ou ficaram encobertas por uma apresentação errada ou insuficiente da fé. Eis algumas delas:
- Deus nos criou só por amor, não para seu próprio proveito ou pensando em seu interesse, mas buscando a nossa felicidade. A única coisa que interessa a Deus é o nosso bem.
- Deus quer a nossa felicidade não só a partir da morte, na assim chamada “vida eterna”, mas agora mesmo, nesta vida. Por isso está presente em nossa existência potenciando nosso bem, nunca nosso dano.
- Deus respeita as leis da natureza e a liberdade do ser humano. Não força a liberdade humana nem a criação. Mas está junto de nós apoiando nossa luta por uma vida mais humana e atraindo nossa liberdade para o bem. Por isso, em cada momento contamos com a graça de Deus para sermos o mais feliz possível.
- A moral não consiste em cumprir leis impostas arbitrariamente por Deus. Se Ele quer que demos ouvidos às exigências morais que levamos dentro do coração, é porque seu cumprimento é bom para nós. Deus não nos proíbe o que é bom para o ser humano nem obriga ao que pode ser prejudicial. Ele só quer o nosso bem.
- Converter-se a Deus não significa decidir-se por uma vida mais infeliz e fastidiosa, mas orientar a própria liberdade para uma existência mais humana, mais sadia e, em última análise, mais feliz ainda que isso exija sacrifícios e renúncia. Ser feliz sempre tem suas exigências.
- Ser cristão é aprender a “viver bem” seguindo o caminho aberto por Jesus. As bem-aventuranças são o núcleo mais significativo e “escandaloso” desse caminho. Caminha-se para a felicidade com coração simples e transparente, com fome e sede de justiça, trabalhando pela paz com entranhas de misericórdia, suportando o peso do caminho com mansidão. Este caminho traçado nas bem-aventuranças leva a conhecer já nesta terra a felicidade vivida e experimentada pelo próprio Jesus.
Façamos nossa oração: Senhor Jesus, faze-nos trilhar os caminhos das bem-aventuranças, que é o caminho da santidade.
Amém
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