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Tela Tomazeli l Editora

Bem-aventurança e santidade

(Mt 5,1-12a)

Solenidade de Todos os Santos

            Ao proclamar as bem-aventuranças, Jesus descreveu a dinâmica da santidade. Bem-aventurado é sinônimo de santo. Portanto, santos são os pobres em espírito, cujo coração está centrado em Deus e que rejeitam toda espécie de idolatria. Com certeza, possuirão o Reino dos Céus. Santos são os mansos, que por não responderem à violência com violência, herdarão um bem inalcançável pelos violentos.

Santos são os aflitos, que são impotentes diante de situações dramáticas, e não pretendem ter solução para tudo. Sua recompensa será a consolação de Deus. Santos são os famintos e sedentos de justiça, que não pactuam com a maldade, nem se deixam levar pela lógica da dominação. Deus mesmo haverá de realizar seu ideal e fazê-los contemplar o reino da justiça. Santos são os misericordiosos, cujo destino consistirá em viver a comunhão definitiva com o Deus-misericórdia.

Santos são os puros de coração, que não agem com segundas intenções e nem falsidade, mas sim, com transparência. Por isso, serão recompensados com a visão de Deus, em todo seu esplendor. Santos são os promotores da paz, que procurar criar laços de amizade e banir toda espécie de ódio, a fim de que o mundo seja mais fraterno. Eles serão chamados filhos e filhas de Deus. Santos são os perseguidos por causa da justiça, os que lutam para fazer valer o projeto de Deus para a humanidade. Este é o caminho da santidade que todos somos chamados a percorrer.

Conteúdo inesgotável

            Quem se aproxima sempre de novo das bem-aventuranças de Jesus percebe que seu conteúdo é inesgotável. Sempre surgem novas ressonâncias. 

É bom crer

            Muitas vezes se pensa que a fé é algo qe tem a ver co a salvação eterna do ser humano, mas não com a felicidade concreta de cada dia, que é o que precisamente agora nos interessa. Além disso, há os que suspeitam que sem Deus e sem religião seríamos mais felizes. Por isso é conveniente lembrar algumas convicções cristãs que caíram no esquecimento ou ficaram encobertas por uma apresentação errada ou insuficiente da fé. Eis algumas delas:

  1. Deus nos criou só por amor, não para seu próprio proveito ou pensando em seu interesse, mas buscando a nossa felicidade. A única coisa que interessa a Deus é o nosso bem.
  2. Deus quer a nossa felicidade não só a partir da morte, na assim chamada “vida eterna”, mas agora mesmo, nesta vida. Por isso está presente em nossa existência potenciando nosso bem, nunca nosso dano.
  3. Deus respeita as leis da natureza e a liberdade do ser humano. Não força a liberdade humana nem a criação. Mas está junto de nós apoiando nossa luta por uma vida mais humana e atraindo nossa liberdade para o bem. Por isso, em cada momento contamos com a graça de Deus para sermos o mais feliz possível.
  4. A moral não consiste em cumprir leis impostas arbitrariamente por Deus. Se Ele quer que demos ouvidos às exigências morais que levamos dentro do coração, é porque seu cumprimento é bom para nós. Deus não nos proíbe o que é bom para o ser humano nem obriga ao que pode ser prejudicial. Ele só quer o nosso bem.     
  5. Converter-se a Deus não significa decidir-se por uma vida mais infeliz e fastidiosa, mas orientar a própria liberdade para uma existência mais humana, mais sadia e, em última análise, mais feliz ainda que isso exija sacrifícios e renúncia. Ser feliz sempre tem suas exigências.
  6. Ser cristão é aprender a “viver bem” seguindo o caminho aberto por Jesus. As bem-aventuranças são o núcleo mais significativo e “escandaloso” desse caminho. Caminha-se para a felicidade com coração simples e transparente, com fome e sede de justiça, trabalhando pela paz com entranhas de misericórdia, suportando o peso do caminho com mansidão. Este caminho traçado nas bem-aventuranças leva a conhecer já nesta terra a felicidade vivida e experimentada pelo próprio Jesus.

Façamos nossa oração: Senhor Jesus, faze-nos trilhar os caminhos das bem-aventuranças, que é o caminho da santidade.

Amém

             

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