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Tela Tomazeli l Editora

As árvores de nossas ruas

Acreditando que só a repetição conduz à excelência, retomo um assunto que não canso de abordar.  Diz ele que está em vigor um plano de cobertura vegetal da cidade, em execução a perto de 40 anos, como resultado da vontade política de nossos dirigentes e assessoria especializada da Universidade Federal de Santa Maria. O projeto, de quadra por quadra, está mostrando resultados que nos distinguem, como modelo em termos de cobertura vegetal urbana.

Para sentirmos a seriedade com que está sendo tratado o assunto, Gramado é, além de Porto Alegre, a única cidade rio-grandense onde a poda das árvores públicas está proibida por lei. Além disso, apenas Gramado implantou o tombamento de árvores de rua, estando esse programa sensivelmente composto em nossa cultura cívica e administrativa. E essas árvores só podem ser tocadas mediante lei municipal específica acompanhada de razões admitidas pelos conselhos especializados que temos, como aconteceu, há pouco tempo, por necessidade da revitalização da Borges.                                

Porém, todo esse notável valor da nossa terra, levado adiante com entusiasmo, paciência e afeto por gramadenses de diferentes administrações, está hoje, inteiramente na mão da comunidade. O prazer de descer pela Borges de Medeiros, a partir do Parque Hotel e ver as folhas vermelhas enfeitando as lojas, ou andar pela São Pedro e sentir os álamos estendendo os galhos para acariciar quem passa, pode resultar em lágrimas de frustração.

Para tanto, é bastante que, empunhando os serrotes, fizermos o que fazíamos com os ligustros nessa época do ano: serrar os galhos até o tronco, deixando tocos aleijados, parecendo pedaços de palanque plantados nas calçadas. As árvores de hoje logo perderão as folhas para deixar passar o Sol do inverno e na primavera voltarão a colorir e alegrar nossas ruas. E os galhos que saírem do rumo ou ameaçarem fios de luz, residências ou pessoas, serão removidos por técnicos da Prefeitura como, a propósito, já vem acontecendo. Sendo assim, o futuro de nossas árvores de rua está em nossas mãos, e que Deus perdoe aqueles que não souberem mudar. E quem tiver paciência de esperar até o outono do ano que vem, vai me ler escrevendo sobre o mesmo tema, agarrado às mesmas esperanças.  

Edições Antigas

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