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Tela Tomazeli l Editora

A paz esteja convosco!

(Lc 24,35-48)

3º Domingo após a Páscoa

O Ressuscitado dirigia-se à comunidade cristã com uma saudação usual. Contudo, suas palavras não eram pura formalidade. “A paz esteja com vocês” expressava uma expectativa real do Senhor em relação à comunidade que tomada de dúvida e temor, estava agitada, sem conseguir deixar a Ressurreição transformá-la por dentro.

O augúrio de paz era um apelo para a comunidade recuperar a tranquilidade, mas também para sair de si mesma e lançar-se na missão de testemunhar destemidamente sua própria fé. Ele evocava o shalom hebraico, com toda sua riqueza de conotações, como eixo da vida da nova comunidade. Paz significava plenitude de vida, comunhão de bens, respeito e valorização dos demais, segurança e bem-estar. A comunidade cristã, fundada no evento pascal, tinha como missão dar este testemunho de vida. Seria a maneira de provar, de forma cabal, a presença do Ressuscitado no meio dela.

Entretanto, para obter a paz oferecida pelo Ressuscitado, a comunidade deveria aprofundar sua fé em Jesus. Enquanto persistissem suspeitas a respeito do evento da Ressurreição, seria vítima do imobilismo e do fechamento. Pelo contrário, abrindo sua mente para compreender o que as Escrituras falaram do Senhor, seria experimentar a reviravolta que o Ressuscitado queria dar na vida de seus discípulos.

A primeira coisa para despertar a nossa fé em Jesus ressuscitado é poder captar, também hoje, sua presença no meio de nós: fazer circular em nossos grupos, comunidades e paróquias a paz, a alegria e a segurança que dá saber que Ele está vivo, acompanhando-nos de perto nestes tempos nada fáceis para a fé. A fé em Cristo ressuscitado não nasce em nós de maneira automática e segura. Ela vai despertando em nosso coração de forma frágil e humilde. No começo é quase só um desejo. Geralmente cresce rodeada de dúvidas e interrogações. De acordo com o relato, Jesus fica com eles, come com eles e se dedica a “abrir-lhes a mente” para que possam compreender o que aconteceu. Quer que eles se transformem em “testemunhas” que possam falar a partir de sua experiência e pregar não de qualquer maneira, mas “em seu nome”.

Encontrar-se com o Ressuscitado é uma experiência que não pode calar. Quem experimentou Jesus cheio de vida sente necessidade de contar isso aos outros. Transmite o que vive. Não permanece mudo. Transforma-se em testemunho. A testemunha comunica sua própria experiência. Ele não crê “teoricamente” coisas sobre Jesus; ela crê nele por que o sente cheio de vida. Portanto, a testemunha oferece sua experiência, não sua sabedoria. Irradia e transmite vida, não doutrina. Não ensina teologia, “faz discípulos” de Jesus.

O mundo de hoje não precisa de mais palavras, teorias e discursos. Precisa de mais vida, esperança, sentido e amor. São necessárias testemunhas, mais que defensores da fé. Pessoas que creem e que nos possam ensinar a viver de outra maneira, porque eles próprios estão aprendendo a viver de Jesus.

Façamos nossa oração:

Senhor Jesus, que tua paz aconteça em nossas vidas e na vida das comunidades cristãs, para sermos, assim testemunhas da tua Ressurreição. Amém.

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