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Comportamento

Mariana Haas Tomazeli – psicologia – https://instagram.com/amarianapsi?igshid=tj0xufof6vzp

A pandemia

Ao longo desta semana estaremos completando um ano da implementação das medidas de isolamento social, para prevenção da COVID-19 no Brasil. Não é preciso muita pesquisa para nos darmos conta de que a pandemia afetou a todos, das mais diversas formas possíveis. Além da evidente preocupação com a contaminação, nossa rotina virou do avesso, os níveis de estresse aumentaram significativamente em toda a população, e a grande maioria de nós sentiu pelo menos algum impacto econômico a partir das medidas de isolamento social. As taxas de desemprego subiram drasticamente aumentando o nível de ansiedade da população. Além da angústia a partir das notícias e números assustadores sobre a pandemia, a disseminação de fake news é grande responsável pelo aumento dos estresse.

Impacto emocional

A partir de diversas pesquisas realizadas sobre o impacto de doenças que já apareceram no passado, podemos afirmar que a pandemia da COVID-19 pode influenciar drasticamente na saúde mental de toda a população, tanto a curto quanto a longo prazo. O isolamento social, a incerteza sobre o futuro e as mudanças na rotina tendem a causar impactos mais profundos em populações específicas, como idosos, pessoas com doenças crônicas, adolescentes, profissionais da linha de frente no combate à pandemia e suas famílias, pacientes infectados com o vírus e pessoas que já possuíam algum transtorno mental. Além disso, estão mais vulneráveis as pessoas que sofreram consideráveis perdas econômicas ou desemprego, pessoas que perderam entes queridos para a doença e crianças com necessidades especiais.

Consumo de notícia X Ansiedade X Incerteza

Segundo pesquisas atuais, o cenário que estamos vivendo também mudou nossa rotina de sono, exercícios físicos e hábitos alimentares, fatores esses estreitamente ligados ao nível de ansiedade e estresse que experienciamos. A quantidade de notícias sobre a pandemia que as pessoas consomem também parece estar correlacionada ao nível de ansiedade que sentem.

Para a população gramadense e do Rio Grande do Sul de forma geral, as últimas semanas podem estar sendo as mais estressantes dos últimos tempos. Com os decretos municipais e estaduais em torno da bandeira preta, tendemos a consumir mais notícias sobre o cenário em que se encontra nosso Estado, além de termos o medo (natural e esperado) de contrairmos o vírus e, o pior, de não podermos ser atendidos em hospitais devido a superlotação. E então, o que faremos? Não temos respostas para isso. Tampouco têm os profissionais da linha de frente, que não sabem onde acomodar tanta gente precisando de atendimento. Isso tudo gera muita incerteza, e a incerteza é um dos fatores que mais gera medo e ansiedade no ser humano.

A influência das Bandeiras

Podemos nos perguntar por que não estávamos com tanto medo antes, ou o porquê de sentirmos que se a bandeira voltasse a ser vermelha, estaríamos nos sentindo menos ansiosos. Além do óbvio, que voltar para a bandeira vermelha significa que a situação dos hospitais melhorou um pouco (e isso nos gera a tranquilidade de que poderemos ser atendidos se necessário), a verdade é que o ser humano se habitua a quase qualquer coisa no mundo. Depois de um ano de pandemia, já nos acostumamos, em algum grau, em estarmos em bandeira laranja e vermelha e em estarmos suscetíveis à contaminação, mesmo tomando todas as medidas de prevenção necessárias. A bandeira preta é a novidade, que nos faz experienciarmos tudo como se fosse novo: o medo, o estresse, a ansiedade e a incerteza.

Para amenizar todos esses sentimentos, podemos tomar algumas medidas:

delimitar a quantidade de notícias que consumimos, ficando informados do necessário mas não inundando nossa mente de números assustadores e preocupações além do necessário;

apesar de estarmos em casa, tentar manter uma rotina estabelecida, principalmente de sono. Dormir e acordar nos mesmos horários todos os dias ajuda a mantermos uma rotina de sono saudável, o que auxilia na diminuição do estresse e da ansiedade;

realizar exercícios físicos regularmente;

diminuir o tempo que passamos nas redes sociais;

adequar a rotina ao momento atual, respeitando os horários de trabalho e não extrapolando e trabalhando além do horário que trabalharíamos normalmente por estarmos em casa;

implementar hábitos saudáveis como a prática de meditação e mindfulness para manejar de forma mais saudável as emoções que podem estar nos inundando nesse momento.

Questionamentos, envie para tela@telatomazeli com.br que será encaminhado para Mariana responder.

Mariana Haas Tomazeli é estudante do último semestre de Psicologia da PUCRS (conclusão agosto 2021), produtora de conteúdo sobre Psicologia, Ansiedade e Terapia Cognitivo-Comportamental no Instagram @amarianapsi e atleta de duas modalidades equestres: rédeas e freio do proprietário.

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Essa matéria tem 1 comentários

  1. Querida Mariana
    Aceite meus cumprimentos pela clareza, oportunidade e precisão técnica e social do teu texto. A clareza e a suavidade da redação ajudaram muito. Vou ficar esperando a próxima. Abraço

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