Na medida em que a Covid-19 desenha novo cenário no exercício das atividades humanas e seu comportamento, a revitalização da esperança se agiganta, na medida em que levantamos os olhos para o futuro novo, para o mundo novo que está nascendo. Antigas peculiaridades de convívio, tidas como normais, desmoronaram a importância que tinham antes, sendo purificadas pela conclusão de que, na verdade, não eram essenciais.

As atuais escavações do Corona, sobre a graça e a desgraça que sempre nortearam o comportamento das pessoas, fez brotar virtudes que deixarão a sociedade humana, como um todo, mais rica em valores morais e éticos. E isso parece intencional: o vírus não ataca crianças nem jovens saudáveis, preservando-os para viverem o mundo mais sábio e justo que está chegando.

O isolamento clínico a que fomos aprisionados e o medo de morrer asfixiados, mostrou ser o drástico instrumento usado pelo Corona para nivelar, sob um único motivo, indivíduos de qualquer raça, grau social, intelectual ou econômico. Todos estamos sendo arrastados por sobre o mesmo terreno, arranhados pelos mesmos espinhos. Porém, para que tudo assim seja, a esperança é o único dom dos nossos espíritos que não pode cansar.

Assim, tanto quanto essa pandemia atropelou a ciência, filtrou nossos critérios de avaliação pessoal sobre aquilo que pensávamos ser ou ter. Provocou nossa essência de ser gente e a conjugou melhor com a maravilhosa perplexidade do Universo e com o que podem ser as intenções de Deus. E as gerações futuras compreenderão que, na verdade, esse virus foi o arquiteto da construção de um mundo novo, premiado pelo amadurecimento da fraternidade e pelo ajuste do comportamento humano.