Sabemos que as crises são os momentos mais ricos das pessoas e das instituições. Pois, essa água toda, que lavou a estrutura material do Rio Grande, trouxe junto uma rica e benigna enchente de harmonia. Na verdade, não há registros históricos que mostram tamanha consistência na solidariedade que identifica hoje o povo rio-grandense. E uma honrosa e digna consciência é que ninguém está procurando culpados e sim procurando soluções. Não há juizo levantado aos céus nem aos erros de omissão que possamos ter cometido. Estamos juntos, vivendo um presente sem queixas nem rancores, mantendo a dignidade de um povo que nunca baixou a cabeça.

O Rio Grande do Sul, é um Estado conhecido no Brasil inteiro por sua têmpera telúrica que, ao longo de gerações, deu testemunho de seu valor com sangue e atos de comprometido serviço ao País.  E esta têmpera sustenta e cultua a a serenidade de nossos espíritos, que se guardam  fieis  às complexidades do Universo e nosso papel dentro dele.

Além de tudo, temos uma forte prova do tipo de gente que mora nesses pagos: somos essencialmente gente boa. Os ruis  revelaram ser tão poucos que nem a mídia os está valorizando. Mostram as suas misérias pessoais, rogando mais pena do que punição.

Gramado, como lugar diferenciado no concerto das cidades brasileiras, já está se preparando para ressurgir depois de mais uma tragédia. E como sempre, não há perspectivas de derrota. Vamos colocar em prática tudo que aprendemos com essa tragédia, e levantar com roupa nova, melhores do que sempre fomos.

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