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Colunista l pe.arisilva@hotmail.com

CRÔNICA RELIGIOSA – A Boa Notícia de Deus

(Mc 1,14-20)

3ºDomingo do Tempo Comum

É importante salientar que Jesus não ensinou uma “doutrina religiosa” para que seus discípulos a aprendessem e difundissem corretamente. Jesus anuncia, antes, um “acontecimento” que pede ser acolhido, porque pode mudar tudo. Ele já o está experimentando: “Deus está se introduzindo na vida com sua força salvadora. É preciso dar-lhe lugar”.

De acordo com o Evangelho mais antigo, Jesus proclamava esta Boa Notícia de Deus: “Completou-se o tempo o Reino de Deus está próximo”. “Convertei-vos e crede na Boa Notícia”. É um bom resumo da mensagem de Jesus. Deus não quer deixar-nos sozinhos à frente de nossos problemas e desafios. Quer construir junto a nós uma vida mais humana. Mudai a maneira de pensar e agir. Vivei crendo nesta Boa Notícia.

Para Jesus, o “reino de Deus” é a vida tal como Deus a quer construir. Era esse fogo que ele levava dentro de si.Como seria a vida nas aldeias se em Tiberíades reinasse Deus e não Antipas? Como tudo mudaria se as pessoas se parecessem não com os grandes proprietários de terra, que exploram os camponeses, mas com Deus que quer vê-los comendo e não mortos de fome?

Para Jesus, o reino de Deus não é um sonho. É o projeto que Deus quer levar adiante do mundo. O único objetivo que seus seguidores devem ter. Como seria a Igreja se se dedicasse somente a construir a vida tal com Deus a quer, não como a querem os senhores do mundo? Como seríamos nós os cristãos, se vivêssemos convertendo-nos ao reino de Deus? Como lutaríamos pelo “pão de cada dia” para todo ser humano? Como gritaríamos: “Venha o teu Reino”!

Quando Deus reina no mundo, a humanidade progride em Justiça, solidariedade, compaixão, fraternidade e paz. A isso se dedicou Jesus com verdadeira paixão. Por isso foi perseguido, torturado e executado. “O reino de Deus” foi o absoluto para ele.

A conclusão é evidente: a força, o motor, o objetivo, a razão e o sentido último do cristianismo é “reino de Deus”, não outra coisa. O critério para medir a identidade dos cristãos, a verdade de uma espiritualidade ou autenticidade do que a Igreja  faz é sempre “o reino de Deus”. Um reino que começa aqui e alcança sua plenitude na vida eterna.

Uma das heresias mais graves que se foi introduzindo no cristianismo é fazer da Igreja o absoluto. Pensar que a Igreja é o elemento central, a realidade diante da qual todo o resto deve ficar subordinado; fazer da Igreja um “substitutivo” do reino de Deus; trabalhar pela Igreja e preocupar-nos com seus problemas, esquecendo o sofrimento que existe no mundo e a luta por uma organização mais justa da vida.

Não é fácil manter um cristianismo orientado para o reino de Deus; mas, quando se trabalha nesta direção, a fé se transforma se torna mais criativa e, sobretudo, mais evangeliza e mais humana. Ser discípulo não é tanto aprender doutrinas, quanto segui-lo em seu projeto de vida. Quem toma a iniciativa é sempre Jesus. Ele se aproxima, fixa seu olhar naqueles pescadores e os chama a dar uma orientação nova à sua existência. Sem sua intervenção, não nasce nunca um verdadeiro discípulo. Nós crentes precisamos viver com mais fé a presença viva de Cristo e o olhar que ele lança sobre cada um de nós, Se não é ele, quem pode dar uma orientação nova às nossas vidas?

Por isso, o mais decisivo é escutar a partir de dentro seu chamado. “Vinde atrás de mim”. Não é tarefa de um dia. Escutar este chamado significa despertar a confiança em Jesus, reavivar nossa adesão pessoal a ele ter fé em seu projeto, identificar-nos com seu programa, reproduzir em nós suas atitudes e viver animados por sua esperança no reino de Deus. Este poderia ser hoje um bom lema para uma comunidade cristã: ir atrás de Jesus. Nossas comunidades cristãs se transformariam. A Igreja seria diferente.

 

Façamos nossa oração:

Querido Pai do céu, faça-nos com que nós sempre estejamos abertos ao teu Reino e, assim, também evangelizar outros irmãos dessa sociedade em que muitas vezes perdeu o foco do Reino. Amém

 

“A responsabilidade pelo conteúdo é única e exclusiva do autor que assina a presente matéria”.

Padre Ari Antonio da Silva

Colunista l pe.arisilva@hotmail.com

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