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Colunista l romeoernestoriegel@gmail.com

Os regalos natalinos

Ao silêncio dos sinos natalinos sempre é colocada a peculiar situação de o que fazer com os presentes ganhos. É que eles, muitas vezes, reúnem dois predicados antagônicos: a alegria de os ter recebido e a obrigação de ter que usá-los.

Segundo estatística publicada recentemente, mais da metade dos presentes de natal não combinam com o gosto de quem os recebe. Isso não lhes diminui, naturalmente, a importância junto ao belo momento de festejo em que são oferecidos. Então, a manifestação de agradecimento é reforçada para dissimular um santo mas inadequado regalo. No calor da confraternização, esse contratempo perde-se entre as vozes da alegria, mas o dia seguinte exige uma providência, porque fazer pouco caso de um gesto de afeto tão especial, não passa pela cabeça de ninguém; seria ofensa até ao curtido e profanado Papai Noel.

Para prevenir-se desse suave embaraço existem alguns procedimentos consagrados pela prática.. Já para os idosos, por exemplo, nada melhor do que meias, chinelos, pijamas, quadros contendo retratos dos netos, para as damas, suaves perfumes ou cremes faciais de comprovada eficiência e, quem sabe, até uma caixa de bombons e uma boa barra de chocolate, para quem sabidamente não é diabético. E para as crianças, qualquer coisa que não seja roupa que tenham que usar.

Muita gente torce o nariz, mas todos encaram a pequena incomodação como uma doce fatalidade natalina, onde as preferências nem sempre combinam, mas a alegria de dar e receber tão sensíveis manifestações de afeto, é guardada como graciosa dádiva, em comemoração ao mais amplo momento anual de exaltação da fraternidade.

Romeo Ernesto Riegel

Colunista l romeoernestoriegel@gmail.com

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