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Tela Tomazeli l Editora

O Gaúcho

Artigo de  Celso Afonso Cavalcanti De Albuquerque Tabajara

 

Bom dia Tela!

“Segue conforme o combinado, alguns textos por mim elaborados, muitos através de pesquisas sobre o “Gaúcho” e a Revolução Farroupilha como normalmente é chamada, embora tu saiba que existiram dois eventos no “Decênio Farroupilha”. O primeiro, enquanto o Rio Grande do Sul era um Estado do Império, foi a “Revolução Farroupilha” e o segundo, depois da independência do Rio Grande do Sul do Império, “Guerra dos Farrapos “. Todos de 1935 a 1945, quando foi assinada pelas forças Farroupilhas e o General Duque de Caxias, a Paz do Ponche Verde, que pôs fim à Revolução Farroupilha, voltando o território litigante a fazer parte do Império do Brasil, de D. Pedro II. É aceita como data de sua assinatura o dia 1º de março de 1845, quando foi anunciada a paz. Ponche Verde ou Poncho Verde é uma região assim denominada pelas suas verdes campinas, ótimas para o pastoreio de gado; hoje o lugar tem como sede o município de Dom Pedrito, no estado do Rio Grande do Sul”.

 

 

O Gaúcho

A origem do termo Gaúcho não é pacifica, mas há indicativos muito fortes que apontam historicamente o significado da palavra. Remotamente, na época conhecida como a “idade do couro”, o habitante do pampa era chamado de “guasca”. O termo muitas vezes citado como se fora pejorativo, recebe de Machado de Assis (in Quincas Borba) significado de elogio. Ao referir-se a uma filha do Rio Grande, diz: “É uma guasca de primeira ordem”. Guasca correspondia a uma interjeição elogiosa que era pronunciada como um título de hombridade e destemor. Fala-se em guasca largado como quem dissesse quebra largado, torena, monarca das cochilhas. Como quem diz: Gaúcho.

Pouco mais tarde, no século XVIII surge o termo “gaudério”, tanto no território brasileiro quanto no castelhano. O gaudério, tido como homem sem lei nem rei, que “morava na sua camisa, debaixo do seu chapéu”, mantinha-se num equilíbrio instável entre o índio e o branco. A sua atividade marginal estendeu-se por mais de um século de história do pampa, formando com os “coureadores” e “changadores” uma espécie de associação de rapinagem mais ou menos organizada que chegou a constituir grave problema para os guardas volantes da campanha.

O termo “gaúcho” surgiu, provavelmente, no último quartel do século XVIII e aparece como sinônimo de “gaudério”. Emílio Coni cita um parecer propondo a criação de uma partida volante para que “persiguiese y arrestase a los muchos malévolos, ladrones, desertores y peones de todas castas, que llaman Gauchos ou Gauderios…”. (“perseguir e prender os muitos malévolos, ladrões, desertores e peões de todas as castas, que se chamam gaúchos ou gaudérios…”).

O sentido pejorativo da palavra gaúcho mantém-se quase inalterado, até meados do século XIX. Azara, Saint-Hilaire, Arsène Isabele, Alcide D’Orbigny, todos são concordes em apresentá-lo como homem sem lei e nem rei, campista perturbador da paz, vagabundo que alarmavam os governantes e ocupavam a polícia.

Um fator importante que forma a estrutura do ambiente em que vivia o “gaúcho”, da metade do século XVIII até a metade do século XIX, estava a prática de distribuição de sesmarias. Augusto Meyer, ao se referir ao assunto afirma: “A sesmaria, área que podia variar entre dez mil e treze mil hectares, beneficiando uma insignificante minoria de privilegiados, na prática, revelou-se um prêmio às formas improdutivas do trabalho, com a máxima vantagem individual, em detrimento das garantias médias do trabalho assalariado”.

Se há um caso na história em que a explicação por meio de fatores econômicos e sociais, tem perfeito cabimento, este é o caso do gaúcho primitivo, durante o período colonial. É resultado daquele complexo cultural representado pelo cavalo, gado alçado e valorização do couro, movendo-se num meio de pampas abertas, onde as raias avançavam e recuavam de acordo com os entendimentos entre os reis portugueses e espanhóis.

Os gaúchos passaram a integrar as tropas dos comandantes militares locais que, de estancieiros, travestiam-se em coronéis, comandando a resistência contra as tentativas de invasão, ora dos espanhóis, ora dos portugueses.

Aos poucos, o vocábulo “gaúcho” adquiriu outro sentido, completamente oposto ao do original. Aqueles homens rudes, valentes, independentes, amantes da liberdade, exímios cavaleiros, eram também bons soldados, empenhados peões, até bons agregados, bastava que lhes dispensassem respeito e um pouco de compreensão.

 

Hermann Burmeister, em sua obra Reise durch die la Plata-Staaten (1861), assim descreve o gaúcho: “Erro grave é considerar os Gaúchos como gente grosseira ou brutal, ou, sem mais rodeios, como simples salteadores e bandidos; longe disso, o que os caracteriza é principalmente uma viva suscetibilidade e um inegável sentimento cavalheiresco, que logo os leva a ter em conta de superior toda pessoa mais ilustrada, ou de mais alta categoria social, que os tratar com deferência. Pelo contrário, a altivez e grosseria provocam de sua parte uma repulsa imediata”.

Desde a época da Revolução Farroupilha (1835-45) e especialmente depois da Guerra do Paraguay (1860-65), a palavra gaúcho passou a significar o homem do campo, ligado à atividade pastoril, de maneira específica e a identificar os nascidos no Rio Grande do Sul, de forma genérica. A mudança ocorrida não foi fruto de lei ou de imposição, mas resultado da evolução natural da sociedade e da compreensão de que o homem é parte integrante do ambiente em que vive e sua condição muito se deve aos fatores a que está submetido.

Poderíamos resumir a trajetória do vocábulo “gaúcho”, dizendo que na época dos capitães-generais e primeiros proprietários eram ladrões, vagabundo e “coureador” (quem ou o que coureia; quem ou o que retira o couro do animal morto no campo). Para os capitães de milícias e comandantes de tropas empenhadas na defesa das fronteiras, era bombeiro, “chasque” (portador de mensagens, de correspondência; mensageiro, próprio); Nas guerras da independência “Del Plata”, era lanceiro, miliciano. Depois, para os homens da cidade, era o trabalhador rural, homem afeito aos serviços do pastoreio, peão de estância, campeiro destro, sinônimo de guasca ou monarca; e desde os primórdios do século passado, um nome gentílico, a exemplo de carioca, barriga-verde, capixaba fluminense.

 

 ©Imagem de domínio Público

 

O homem sul-rio-grandense

Como resultado da miscigenação das três raças, branca, vermelha e negra, surge o homem sul-rio-grandense, também chamado genericamente de gaúcho.

Os brancos eram, até 1823, portugueses, brasileiros, sendo estes oriundos de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Curitiba e Laguna, espanhóis, ilhéus (açorianos e madeirenses). Mais tarde chegaram os imigrantes alemães e italianos. Há o registro de outras etnias brancas europeias no caldeamento do gaúcho, mesmo que com menor expressão, como os poloneses, os ucranianos e os judeus.

Os vermelhos eram os primeiros habitantes desse território, representados pelas diversas tribos indígenas. A eles são atribuídas algumas características do gaúcho, tais como o apego a terra, o gosto pela liberdade e hábitos como o do chimarrão, do uso do laço e das boleadeiras, mas uma das contrições relevantes dos indígenas está na adoção da língua especialmente para identificação de acidentes geográficos.

Os negros, escravos, trazidos pelos portugueses e pelos brasileiros, mesmo que tivessem sido utilizados nas estâncias e nas cidades, tiveram a maior concentração nas charqueadas do litoral sul, especialmente na região de Pelotas, a partir de 1780. O negro foi excelente peão de estância, domador, laçador e carreteiro. Nas guerras o negro sempre entrou à força e apesar disso, sempre foi excelente soldado. Como em outros lugares, aqui também o negro se insurgiu contra a escravidão e formou diversos núcleos quilombolas.

Do negro herdamos pratos da culinária, como a feijoada o mocotó e o quibebe. Do linguajar foram incorporadas palavras como cacimba, sanga, matungo e “xerenga” (designa uma faca usada no cotidiano que faz parte da vestimenta do gaúcho. É usada para picar fumo e outras atividades diárias, mas não para ataque ou defesa). A dança do “bambaquere” (‘dança afro-brasileira’- dança do fandango em que se dança em torno de um par solista, que culmina sua execução com uma umbigada), o tambor e o Batuque ou Nação, são de origem africana.

 

 

Borges Fortes descreve assim o gaúcho:

“O tipo humano rio-grandense é trabalhador, audacioso, empreendedor e alegre. Alimenta-se bem, abriga-se bem. É sentimental e extremamente apegado à sua terra. Tem, às vezes, sentimentos exagerados; capaz de reações violentas e/ou mesmo de gestos ou atitudes fraternas, gentis e até enternecedoras.

Sua alma de brasileiro não sofre nenhuma restrição em face do grande amor ao torrão gaúcho. É patriota e dedicado aos interesses nacionais coletivos.”

No geral, os costumes do sul-rio-grandense são simples. No Rio Grande do Sul não se formou nenhuma casta de grandes senhores, mesmo diante das diferenças sociais oriundas do acesso a terra e aos bens, tanto proprietários e detentores do capital, quanto operários e peões desfrutam dos mesmos sentimentos de liberdade, igualdade e respeito mútuo.

A descrição que Manoelito de Ornellas faz do gaúcho da pampa, comparando-o ao “beduíno”, nos dá uma visão bastante clara de como era constituída a sociedade inicialmente formada no Rio Grande do Sul:

“Se partir para a guerra, já não lhes ficavam a china e os piás à espera do regresso. (…) Nada mais parecido à tenda do deserto do que esse lar de improviso, que não criava raízes nem compromissos com a terra. O gaúcho jamais teve a preocupação do conforto, que podia ver e observar no antepassado europeu. Não herdou a tendência agrária, a arte da cerâmica ou ainda algumas formas rudimentares de indústrias de outros índios sul-americanos”.

O mesmo autor prossegue na descrição do gaúcho, tratando da formação da personalidade que o caracterizava, afirmando:

“Cada família e dentro de cada família cada individuo bastava-se a si próprio, graças aos recursos do meio ambiente excepcional, uma vez que o homem contava com o cavalo como meio de locomoção e com os rebanhos de distintas espécies como base de sustento. (…) como os árabes, desprezava e subestimava a agricultura, que exigia esforços e atenções permanentes. Todas as suas atividades derivavam de sua obrigatória condição de pastor e ginete. Daí a vocação nômade”.

Percebem-se, pois, notadas diferenças entre o homem da campanha (gaúcho primitivo) e aquele que veio habitar as regiões da agricultura de pequenas lavouras – o colono.

As diferenças entre os dois tipos sociais não se restringem ao aspecto da agricultura, mas se estende para a “ética do trabalho”, envolve a questão religiosa e de vinculação com a igreja, atinge o sistema de vínculos intrafamiliares e o comportamento social dos indivíduos. A primeira “intromissão” no meio do gaúcho primitivo se dá com a chegada dos casais açorianos que, mesmo adaptando-se a vida campeira e desviando o objetivo inicial de cultivo da terra, implantou o modelo de fixação da família numa propriedade.

Depois vieram os colonos europeus que absorveram muitos hábitos e algumas características da personalidade do gaúcho primitivo, dando a este, em troca, a sua contribuição cultural e o seu método de trocas e de comércio.

Não há como contestar ou ignorar que o gaúcho foi sendo moldado com o tempo. O intercâmbio comercial, a miscigenação racial e a troca permanente de experiências entre as diversas comunidades já estabelecidas ou recém criadas, proporcionaram as condições para o surgimento de um novo gaúcho, com as mais variadas heranças culturais.

Os europeus das etnias alemã e italiana, que aqui aportaram, têm hábitos semelhantes. São patriarcais em seus costumes familiares. São fortemente religiosos, comemorando as datas festivas de seus antepassados e cultivam a convivência social em torno das igrejas e dos grandes salões comunitários.

Aos imigrantes alemães devemos as festas do Kerb (três dias e três noites de festa na consagração das igrejas), as casas no estilo enchaimel, o jogo do bolão, a popularização do teatro de fantoches, a salsicha, o chucrute, a chimier, o café colonial com suas cucas e tortas, o requeijão, o xote ou chote carreirinha e várias canções.

Os italianos chegaram ao Rio Grande do Sul a partir de 1875. A data oficial da imigração italiana é 20 de maio de 1875, mas antes disso já haviam chegado muitos imigrantes que se fixaram em Porto Alegre e na atual região metropolitana. Inicialmente foram criadas as colônias de Dona Isabel (hoje Bento Gonçalves) e Conde d’Eu (hoje Garibaldi). Em 1875 foi criada a colônia chamada de Fundos de Nova Palmira, que em 1877 passou a chamar-se Colônia Caxias (atual Caxias do Sul). Em 1877 foi criada a quarta colônia, ocupando terras de matas nas proximidades de Santa Maria, surgindo assim a Colônia Silveira Martins.

 

Para a formação da sociedade gaúcha, é relevante a observação que fazem Dorvilio Costa e Luís de Boni:

“A região de colonização italiana no Rio Grande do Sul, ao contrário da quase totalidade dos grandes centros de imigração italiana no mundo, compunha-se principalmente de famílias. Em outras partes, como, por exemplo, em São Paulo, na Argentina, nos Estados Unidos e até no norte da África, encontram-se números elevados de solteiros e de casados que deixaram as famílias na Itália e partiram sós”.

Essa característica explica, em parte, a preservação dos hábitos, dos costumes e dos dialetos italianos no meio gaúcho.

O imigrante italiano tinha forte sentimento religioso com suas festas religiosas e seus capitéis, os pratos típicos como a polenta, as massas, os embutidos a base de porco, queijos, manteiga, o pão de trigo e muitas saladas. As uvas e os vinhos são típicos da região de colonização italiana. A indústria vinhateira se constituiu na mais importante produção agrícola, contribuindo grandemente no acumulo de capital que proporcionou, juntamente com o acumulo resultante dos lucros do comércio, a instalação do parque industrial.

O jogo da mora, os jogos de cartas com baralho espanhol como a “bisca”, o “trissete”, o “quatrilho” e a “escova”, o jogo da bocha, o “filó” e as cantorias são elementos importantes de socialização dos imigrantes italianos.

De uma forma simples podemos dizer que o gaúcho não é uma etnia genética, mas se tornou uma “etnia cultural” resultado da perfeita miscigenação das diversas etnias que aqui estavam ou se estabeleceram a partir de 1624.

 

 ©Imagem de domínio Público

 

Sobre a identidade do gaúcho

Dizer-se que o gaúcho é meramente um mito, não faz sentido. Assim como não podemos desconhecer que a figura do gaúcho do passado, como muitos estudiosos tentam reproduzi-lo, carrega forte mitificação. Nem cá e nem lá, há um tipo humano chamado gaúcho, assim como ele se reveste, em muitos momentos de aspectos mitificados, seja pela literatura, seja pela pratica tradicionalista.

 

O antropólogo e professor Dr. Ruben Oliven, no seu livro “A Parte e o Todo”, ao explorar o tema da identidade do gaúcho, faz uma afirmação que merece ser bem analisada: “O modelo que é construído quando se fala nas coisas gaúchas está baseado num passado que teria existido na região pastoril da Campanha no sudeste do Rio Grande do Sul e na figura real ou idealizada do gaúcho. É em torno desse eixo que giram os debates sobre a identidade gaúcha (…). Se trata de uma construção de identidade que exclui mais do que inclui, deixando fora a metade do território sul-rio-grandense e grande parte de seus grupos sociais. Apesar do enfraquecimento do sul do estado, da notável projeção econômica e política dos descendentes dos colonos de origem alemã e italiana que desenvolveram o norte, da urbanização e da industrialização, o tipo representativo do Rio Grande do Sul continua sendo a figura do gaúcho da Campanha como teria existido no passado”.

Na mesma linha de raciocínio o antropólogo afirma que ainda mais excludente é a prática de relegar a presença do negro e do índio que, assim como os descendentes dos imigrantes alemães e italianos, não são parte importante na identidade do gaúcho idealizado.

O autor fixa a ideia de que o gaúcho, como figura idealizada, exclui parte do território e parte da população. Assim como põe em dúvida a própria existência do “gaúcho da Campanha”, dizendo: “… teria existido no passado”.

Na configuração do gaúcho como tipo cultural, é claro e compreensível que nele prevaleçam aspectos inerentes ao “gaúcho primitivo”, ou seja, ao tipo humano resultado da combinação étnica e cultural do indígena, do português, do espanhol e do mameluco brasileiro. A contribuição do índio, em temos culturais e, até, genética, foi pequena e se manifesta muito mais no uso de termos do que no aspecto comportamental.

Com relação ao imigrante alemão e italiano, que chegaram quando o “gaúcho” já tinha um delineamento bastante consolidado, sofreram influência e contribuíram também na consolidação do que temos hoje como “o gaúcho”. Por necessidade de pertencimento ao novo mundo em que entraram ou por desejarem integrar-se e, assim, assumir uma postura de protagonismo, os imigrantes absorveram grande parte dos hábitos e costumes dos gaúchos pré-existentes no Estado.

 

Barbosa Lessa, por seu turno, diz que a formação inicial da cultura do continentino (natural do Continente do Rio Grande do Sul) apresenta aspectos diferenciados em razão de fatores locais, da geofísica do Estado, da lida em torno do gado e do cavalo, da proeminência do militarismo como contingência das guerras de fronteira e assim por diante.

Os diversos viajantes europeus que circularam pela província e escreveram sobre o gaúcho, são unânimes em reconhecer um acentuado apego à terra e ao pago. As prolongadas campanhas militares fortaleceram esse espírito, assim como fizeram estreitar os laços entre os patrões e peões. A respeito desse aspecto, Lessa (1985) afirma: “Dez anos de guerra estreitaram os laços de solidariedade entre famílias patriarcais e galpões, entre querências e pagos, na busca de estabilidade territorial para o Estado…”.

Outro aspecto da cultura sul-rio-grandense resulta do gosto pela palavra. Isto foi adquirido pelos gaúchos, o que proporcionou o desenvolvimento de uma gama impressionante de metáforas, analogias, comparações. Um linguajar galponeiro que chega quase a se constituir num dialeto do idioma português. Decorre principalmente dessa característica a arte de contar “causos” e o desenvolvimento da trova galponeira e da pajada.

 

“O deserto e a solidão fizeram-nos taciturnos e silenciosos” afirmou Manoelito de Ornellas, referindo-se ao gaúcho primitivo. De alguma forma, a transmutação que sofreu o gaúcho, passando de total liberdade, dependente de si mesmo, com a pampa a sua mercê, para a situação de peão de estância ou de integrante de milícias, criou as condições para a alteração: de mudo para o contador de causos, de silencioso a falador nas rodas de chimarrão. O que todos concordam é que permaneceu certa tristeza endêmica no gaúcho que tinha dentro de si a marca indelével de “me basto por mim mesmo”.

 

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