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Tela Tomazeli l Editora

As obras de Deus

(Jo 6,24-35)

18º Domingo do Tempo Comum

Toda ação de Jesus visava encaminhar as pessoas para Deus e fazê-las descobrir sua vontade. Quando o Mestre operava milagres, não pretendia atrair para si os olhares das multidões. Seu desejo era fazê-las perceber o amor de Deus atuando em suas vidas. Os milagres eram uma manifestação concreta deste amor. Daí um caminho de acesso para Deus.

Entretanto, o primeiro passo a ser dado na compreensão deste amor consistia em professar a fé em Jesus, na sua condição de Filho enviado do Pai. Por outro lado, era também a primeira obra agradável a Deus.

Pressupondo a fé e considerando o objetivo da ação do Senhor, o discípulo não se enganaria na avaliação dos milagres, como aconteceu com a multidão saciada, na multiplicação dos pães. Em vão, este povo foi procurar Jesus, talvez pretendendo ser novamente saciado. O Mestre alertou-o acerca desta busca equivocada, aconselhando-o a buscar o pão da vida, que permanece para sempre. Esse pão era o próprio Jesus. Quem o encontrasse, não teria mais fome ou sede. Não fome e sede físicas, e sim, fome e sede de Deus. Elas é que são essenciais.

Quem se alimenta do pão que é Jesus, ou seja, crê nele, tem a vida eterna, porque se predispõe a fazer sempre a vontade de Deus. E, como Jesus, estará sempre pronto a fazer o milagre da partilha. Portanto, é inadiável aderir a Jesus pela fé.

É preciso seguir e crer em Jesus

Dois discípulos, orientados por João Batista, se põem seguir a Jesus, e, durante certo tempo caminham atrás dele em silêncio. De repente Jesus se vira e lhes faz a pergunta decisiva: “O que buscais?” O que esperais de mim? Eles responderam com outra pergunta: Rabi, “onde vives?” Qual é o segredo de tua vida? De onde vens? O que é para ti viver? Jesus lhes responde: “Vinde e o vereis”. Fazei vós mesmos a experiência. Não busqueis outra informação. Vinde conviver comigo. Descobrireis quem sou e como posso transformar vossa vida.

Este breve diálogo Jesus conseguiu lançar mais luz sobre o essencial da fé cristã, do que muitas palavras complicadas. Em última análise, ele mostrou o que é decisivo para ser cristão. Vejamos:

Em primeiro lugar, buscar: Quando alguém não busca nada na vida e se conforma com “ir levando” não é possível encontrar-se com Jesus. O importante não é buscar algo, mas buscar Alguém. Se um dia sentimos que a pessoa de Jesus nos “toca” é o momento de deixar-nos alcançar por Ele, sem resistências nem reservas. É preciso esquecer as dúvidas, doutrinas e esquemas. Não pede de nós que sejamos mais religiosos nem mais piedosos. Só que o sigamos.

Portanto, não se trata de conhecer coisas sobre Jesus, mas de sintonizar com Ele, interiorizar suas atitudes fundamentais e experimentar que sua pessoa nos faz bem, reaviva nosso espírito e nos infunde força e esperança. O decisivo para ser cristão é tratar de viver como Ele vivia, ainda que seja de maneira pobre e simples. Olhar a vida como Jesus olhava, tratar as pessoas como Ele as tratava: escutar, acolher e acompanhar como Ele o fazia. Confiar em Deus como Ele confiava orar como Ele orava, e, finalmente transmitir esperança como Ele transmitia.

“Eis o Cordeiro de Deus”- O que buscais em Jesus?

Na Igreja e fora dela são muitos os que vivem hoje perdidos no labirinto da vida, sem caminho e sem orientação. Alguns começam a sentir a necessidade de aprender a viver de maneira diferente, mais humana, mais sadia e mais digna. Encontrar-se com Jesus pode ser para eles a grande notícia. Jesus abre um novo horizonte à nossa vida. Ensina a viver a partir de um Deus que quer para nós o melhor. Pouco a pouco Ele vai nos libertando de enganos, medos e egoísmos que estão nos bloqueando.

Quem se põe a caminho seguindo Jesus começa a recuperar a alegria e a sensibilidade para com os que sofrem. Começa a viver com mais verdade e generosidade, com mais sentido e esperança. Cada um de nós deve escutar seu próprio chamado, mas a todos pode fazer bem recordar coisas essenciais. Crer em Jesus Cristo não é ter uma opinião sobre Ele como também não é reduzi-lo a uma ideia ou um conceito. Afinal Cristo é uma “presença viva”, é Alguém que está em nossa vida e com quem pode comunicar-nos na aventura de cada dia.

Para buscar pessoalmente a verdade de Jesus não é preciso saber muito para entender a mensagem. Não é necessário dominar as técnicas mais modernas de interpretação. O decisivo é ir ao fundo dessa vida, a partir da própria experiência de cada um. Por isso se deve guardar suas palavras dentro do coração. Alimentar o gosto da vida com seu fogo. Os primeiros cristãos viviam com esta ideia: ser cristão é “revestir-se de Cristo” e reproduzir em nós sua vida. Isto é essencial. “Mestre, onde vives?” O que é para ti viver? Ele lhes responde: “Vinde e vede”.

Façamos nossa oração:

Senhor Jesus, sacia-nos com o pão da vida que és Tu, para que possamos fazer sempre o que agrada a Deus. Amém.

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