Membro da Academia Gramadense de Letras
Por Romeo Ernesto Riegel - Passado o susto da enchente e revisando aquilo que a água não conseguiu destruir, veio-nos à lembrança a Casa do Major construída por José Nicoletti Filho, o fundador da nossa cidade e que virou Museu. Ele tinha sido designado pelo Governo Estadual para fundar um núcleo habitacional, meio perto de Caxias do Sul, chamado Linha Nova. O major obedeceu, mas quando viu riscos de trilhos subindo a serra, correu à Porto Alegre e pediu para mudar o lugar, a fim de receber com honras os gigantes de ferro. Obteve a licença e construiu sua residência de onde pudesse ver a chegada e a partida de todos os trens que chegassem por aqui. E isso foi em 1916/17.
Em 1997 surgiu um projeto de substituição da casa por um prédio moderno e muito valioso. Os membros do Conselho do Patrimônio Histórico, do qual eu era presidente, ficaram sabendo disso e levaram à Diva, moradora definitiva da casa, a possibilidade de tombamento do imóvel.
As tratativas continuaram, durante dois anos, e nelas se incorporaram suas duas irmãs, Célia e Anita, aqui residentes. A nosso convite também foi ouvido o único filho do Major, o lendário Juca Nicoletti, residente então em Porto Alegre o qual concordou na preservação da moradia.
Em tempos diferentes, os prefeitos, Nelson Diennebier, Jorge Bertoluci e Pedro Henrique Bertolucci visitaram as irmãs, para tratar do tombamento. Estando todos de acordo, membros do COMPHAC elaboram um projeto que foi apresentado à Câmara de Vereadores que o aprovou e a lei correspondente foi confirmada pelo prefeito Pedro H. Bertolucci. E a casa do Major estava salva.
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