Gramado/RS - Um local que reunirá de pedras preciosas a artigos históricos bíblicos. O Geo Museu se transformará a partir do dia 15 de novembro, em Gramado. Com direito a loja e cafeteria da Prawer Chocolates, o estabelecimento passará a ser um complexo de operações e ganhará, inclusive, um Museu Bíblico, denominado Holy World.
A empresa HR Group adquiriu o local há alguns meses. Ela já se tornou conhecida na cidade após comprar a Prawer e também participar e vencer do leilão do Parque Knorr. O investimento neste novo negócio não é revelado.
Ao entrar no empreendimento, haverá duas opções: uma porta para o visitante ir conhecer os museus e outra apenas para conferir os serviços e fazer compras.
No térreo, há a bilheteria, onde o público poderá comprar na hora a sua entrada. Os valores de ingressos ainda são estudados, mas sabe-se que será adotada a opção de valor único – ou seja, poderá conferir todas as atrações ao pagar um tíquete.
No mesmo andar, há um espaço compartilhado que abrigará a loja e cafeteria da marca de chocolates, além de uma loja da Cristais de Gramado e da Holy World, com vendas de artigos religiosos, lembranças e bíblias. Também, uma área que era utilizada eventualmente para exposições itinerantes passará a receber o acervo permanente do Museu Bíblico.
Museu Bíblico
Crédito: gramadomagazine.com.br
No primeiro andar, será a sala de vendas da GAV Resorts. Já no segundo, fica o acervo do Geo Museu, com centenas de pedras preciosas, fósseis e gemas.
Geo Museu
Crédito: gramadomagazine.com.br
As novidades
Quem está a frente da gerência dos museus desde o mês de setembro é Vitor Antônio Lisboa. Morador de Dois Irmãos, tem 28 anos e possui experiência operacional em empresas de vendas. Também é um grande conhecedor das histórias bíblicas e será um dos profissionais que estará disponível a auxiliar os turistas com dúvidas e curiosidades sobre os objetos e sobre o período de tempo contado no Holy World.
O empreendimento no momento está em obras, em fase de finalização de detalhes e mudança de locais de objetos, como é o caso do Geo Museu. “Todo o acervo do Geo, que estava dividido, foi levado para o segundo piso e será mantido. Fizemos algumas mudanças, colocamos alguns cenários temáticos. E pretendemos assim que possível, trazer coisas novas, museus que não trazem, ficam obsoletos. Queremos que o público venha sempre conferir as novidades”, explica o profissional.
Dois cenários instagramáveis são montados junto às pedras preciosas. “A gravura mostra uma nuvem de poeira espacial que se chama Os Pilares da Criação. Ela foi fotografada pelo telescópio James Webb, o mais tecnológico que existe hoje. Antes era o Hubble, que já havia fotografado também, mas com não tanta riqueza de detalhes”, comenta.
Junto da imagem, a fonte de água jorrará água para cima e fará esferas girarem, dando a impressão de que são planetas que giram.
Outro cenário é um céu azul. A frente, geodos que aparentam asas farão o visitante se sentir, literalmente, um anjo nas nuvens.
O público ainda pode conferir a famosa cena do filme Titanic, reproduzida, um presépio com ametistas, assim como duas pedras que pesam 3,5 toneladas cada uma – e que, através de um equipamento, se movimentam. Elas eram uma única rocha, antes de serem cortadas. Ainda tem fósseis originais e uma réplica de T-Rex.
Museu Bíblico
O desejo de trazer um espaço espiritual e relacionado à Bíblia parte do próprio proprietário da HR Group, Haroldo Ribeiro. Alguns dos artigos presentes na exposição eram de acervo pessoal, de suas viagens. Vários, são dos séculos 16 a 19.
“Quando surgiu a oportunidade de adquirir o Geo, já estava nos planos dele. E a gente enxerga que o conhecimento bíblico é muito rico, carrega uma mensagem muito bonita, que muitas vezes as pessoas só tem acesso na igreja, e nem todo mundo vai. Então é uma forma de trazer a história da Bíblia, em uma ótima diferente. E claro, para quem já conhece a história, a Bíblia, enxergar com detalhes peças que remetem ao que está escrito e algumas curiosidades da cultura judaica”, conta Vitor.
Placas indicativas e com informações serão colocadas ao lado de cada objeto. No início, não haverá visitas guiadas, mas monitores estarão presentes na sala, para ajudar com esclarecimentos.
A entrada no espaço é marcada por duas mãos, que simbolizam as de Jesus Cristo após sua ressurreição – já com as marcas de machucados. Junto, duas colunas foram colocadas e estão em fase de testes, para ficarem com coloração de fogo. “Isso lembra muito a coluna de fogo que é descrita no livro de Êxodo, quando o povo sai do Egito. O povo passa um tempo vagando pelo Deserto, e a Bíblia fala que durante o dia havia uma coluna de nuvens que tapava o sol, para o povo não passar tanto calor. E à noite, tinham uma coluna de fogo no meio de onde acampavam, para não passar frio”, justifica o gerente.
“Cada item vai lembrar de alguma coisa, fora aqueles que são demonstração da cultura judaica”. Um exemplo é a Mezuzá. “É um item que está em Deuteronômio, onde Deus fala para o povo guardar os mandamentos nos umbrais das portas. A Mezuzá é uma peça que dentro tem um pergaminho, que tem descrita essa passagem e vai presa na porta”, revela. O objeto veio de Israel.
Ao lado, quatro pequenos frascos chamam a atenção. No interior, estão os itens sagrados da Terra Santa. “Temos o óleo santo, da unção, que Deus descreveu a Moisés como deveria ser feito. Temos solo de Jerusalém, sedimento, rocha. Além de água do Rio Jordão e mirra, tudo veio de lá”, frisa Vitor.
Um mapa pintado no fim do século 17 por artista holandês chama atenção pelos detalhes. “Era cartógrafo, desenhava mapas e aqui ele idealizou como era Jerusalém na época de Jesus, fez essa representação. Anos mais tarde, o filho mandou reimprimir esse mapa, para ser anexado em Bíblia. Não há informações se foi adicionado ou não, mas o filho coloca alguns outros detalhes na imagem”, conta o gerente.
Peças de artesanato, como placa de entrada e cálice, também de Jerusalém, fazem parte do acervo. Representações como a taça de prata de José e a arca de Noé também estão presentes. Há, ainda, de Israel, um shofar, uma trombeta utilizada para convocar o povo e adorar a Deus.
Um objeto raro do século 18, confeccionado na Itália, apresenta os passos da crucificação. São pingentes de ouro, com riqueza em detalhes.
Duas miniaturas de templo, de Salomão e Herodes também reproduzem a cronologia histórica contada na Bíblia. Também, representação dourada do Leão de Judá se destaca pela beleza e cor ouro. “Em Apocalipse fala, que Jesus morre como um cordeiro e ressuscita como um leão. O leão de Judá na figura de Cristo, seria então o Cristo ressuscitado glorificado”, completa o gerente Vitor.
As 12 pedras do tabernáculo, usadas pelos sacerdotes no peitoral e que representavam uma tribo de Israel, poderão ser conferidas na forma de representação. Spots, que agora estão vazios, serão ocupados logo mais com pedras verdadeiras, no formato bruto. Uma maquete apresenta como se dava a distribuição do tabernáculo e onde ficava a arca da aliança – que também pode ser conferida na exposição.
Nas paredes, chama a atenção quatro temas. “A Bíblia nos relata 6 mil anos de criação de mundo, se colocar no nosso calendário comum. São 66 livros escritos por inúmeros autores, mas se fossemos resumir a Bíblia em quatro passos, teríamos o plano de salvação, o plano que Deus desenvolveu antes da criação do mundo, que é o que lemos na carta de Paulo. E esse plano consiste na criação, a queda, redenção e salvação”, coloca. Ainda nas laterais, há um mapa de Israel, do primeiro século após Jesus.
Serviço
Abertura a partir de 15 de novembro
Horário de funcionamento: 9h às 17h
Endereço: Av. das Hortênsias, 5905 (estrada Canela/Gramado), bairro Carniel
Ingressos: Valores ainda não definidos
Instagram: @geomuseu
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