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Foto do escritorRomeo Ernesto Riegel | Crônica

A festa de aniversário

Imagem:  Betty Wiener



Há algum tempo atrás, o nascimento de Jesus Cristo era comemorado de um jeito meio sem graça. Tudo que se fazia em honra ao aniversariante acontecia dentro de igrejas onde o silêncio era obrigatório e rezas, cantos e cheiro de enseco intimidavam qualquer manifestação de alegria mais folgada. Era um festejo sem festa, uma obrigação bem chata e não havia ninguém a quem dar presentes. O aniversariante não se enxergava, nem ele e nenhum de seus parentes. As crianças mais amorosas até ficavam bem tristes por ver um neném ficar tão sozinho, tão sem família apenas louvado entre as paredes frias de mal iluminadas catedrais.


Ainda mais, que os louvores não continham os agrados devidos a um recém-nascido, mas uma carga de cansativas ladainhas. Lugubremente, rezas agourentas já iam avisando que, quando adulto, ele seria pregado em uma cruz.


Só que o Menino Jesus cresceu, foi para o céu e viu que seus tempos de nascimento estavam sendo mal comemorados. Então, usando Sua santidade com grande sabedoria mandou que um senhor idoso, mas cheio de juventude, trouxesse alegria e entusiasmo para relembrar o dia em que Ele veio ao mundo. Batizou este senhor de Papai Noel e pediu-lhe que escolhesse uma cidade para abrigar novo formato pra a comemoração.


Papai Noel, fazendo seu trenó voar pelo mundo inteiro, escolheu Gramado. Em seguida, fez no lugar noites se transformar em dia e dias na mais pura e deslumbrante arte. Denominou sua obra de Natal Luz e milhões de pessoas de todas as partes vieram para festejar junto.


Betty Wiener

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