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Tela Tomazeli l Editora

Os filhos do natal

Gramado deve ao Papai Noel as maiores glórias conseguidas durante sua história de mais de cem anos. E isso foi possível porque conseguimos superar o simples motivo natalino de receber ou dar presentes. Aconteceu que como em nenhum outro lugar, adornamos o natal com inigualável afeto, iluminando as mais longínquas incertezas da alma de uma cidade inteira.

E essa iluminação nos convenceu que a verdadeira dimensão do natal deve estar amparada na arte, na religiosidade e na busca do desenvolvimento sustentável. Na arte, mostramos, através de exigentes montagens cênicas, como ele pode ser belo e sensível; na religiosidade como associamos rigorosamente o Papai Noel ao menino Jesus e, tomando nosso sustento como realidade insofismável, admitimos o quanto ele é responsável pelo elogiável grau de prosperidade e de desenvolvimento que alcançamos.

A fidelidade dos gramadenses ao espírito essencial do natal tem atravessado todos os seus tempos históricos, e se caracterizado como a única festa anual que sempre existiu, nascida da religiosidade e dos costumes de nossos mais antigos antepassados. Passou da intimidade alegre das residências e da constrição dos templos religiosos para o esplendor das luzes e do entusiasmo do povo, sem perder a distinção ou diminuir o destaque dado ao nascimento de Cristo.

Esse modo de viver cada fim de ano permitiu a inserção da cidade como símbolo de um novo modelo comemorativo

E essas tão solidas e amáveis razões confirmam que são filhos do natal todos os eventos que hoje acontecem ou já aconteceram por aqui. E novos filhos estão se inspirando para nascer acumulando a inspiração telúrica das mais produtivas criações comunitárias do povo gramadense.

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Depois do natal   

Em delicados recantos da cultura gramadense palpita ainda o costume de celebrar o segundo dia de natal, efeméride regular da descendência alemã. Nele, o fim dos preparativos da festa familiar liberta as crianças da observação dos adultos e todas as suas fantasias são derramadas sem qualquer constrangimento. A riqueza dos presentes diminui de significado, face as emoções que brotam dos sonhos que a pureza coloca aos pés de espíritos ainda perfeitos.

Os já gastos sons natalinos e a efervescência de uma cidade peculiar, criam a mistura que a memória vai reviver ano após ano, até o último ano. E momentos tão modernos, assoprados nos ouvidos por brilhantes tecnologias, cristalizam procedimentos e sensações que cortaram o tempo, reafirmando a melhor parte da natureza humana.

A realidade local alcança seu momento mais gramadense tanto na cidade, onde o soar de multidões garante nossa fartura e o acerto do destino econômico que escolhemos, quanto nos campos ainda cultivados, resplandecendo como pérolas de um povo acostumado ao suor de grandes iniciativas. Confirmamos que o Natal é o retrato do que somos, e o momento de expressão das dificuldades que temos de superar para prosseguirmos sendo o regalo de fim de ano que milhões de pessoas vêm buscar.

Sempre foi assim: o fim de ano com seus risos e suas interrogações, serve de sumidouro para nossos medos e dúvidas. E o Papai Noel oferece, ainda uma vez, o presente da confiança a um povo que nunca fez as pazes com a timidez.

A Academia Gramadense de Letras e Artes apresenta, a todos, seus votos de muito Feliz Ano Novo e agradece todas as atenções que tem merecido nesse seu primeiro ano de vida.

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