Eu, porém, vos digo…
O elenco de antíteses, proclamadas por Jesus, tem um caráter polêmico, a começar pela introdução: “Vocês ouviram o que foi dito (por Deus) aos antigos”. Ele se referia aos pais do povo hebreu, mormente os que haviam recebido a Lei no Sinai e fizeram a primeira tentativa de explica-la para o povo. Por conseguinte, Jesus não se referia aos rabinos de seu tempo e sim a quem recebera de Deus o encargo de transmitir sua Lei ao povo.
Este era o ensinamento questionado por Jesus. Ensinamento de origem divina, cuja autoridade era inquestionável. A ousadia do Mestre era patente!
A este ensinamento venerável e tradicional, Jesus pretendia contrapor outro mais radical, também em conformidade com o querer divino. E não algo puramente humano, sem transcendência. O ensinamento saído de sua boca, diferentemente daquele dos mestres antigos, estava em perfeita sintonia com Deus.
Jesus não se colocou na contramão do Deus do Antigo Testamento. Tendo-lhe sido dado todo poder, no Céu e na Terra, estava suficientemente autorizado para penetrar no âmago dos mandamentos do Decálogo e extrair um sentido muito mais radical do que até então se lhe atribuía. Seu ensinamento superava a materialidade da letra dos mandamentos, revelando o espírito neles subjacente. Neste nível profundo, Jesus revelava também o verdadeiro projeto de Deus para a humanidade.
Façamos nossa oração:
Pai, guiado pelos ensinamentos de Jesus, revela-nos teu querer divino, livrando-nos de dar-nos por satisfeito com a observância superficial dos nossos mandamentos. Amém
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