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Tela Tomazeli l Editora

A espera

O Governo Federal abriu os cofres de suas reservas monetárias e acelerou o maquinário da Casa da Moeda para pagar as contas fechadas pelo Corona. O monte de dinheiro recém brotado, juntou-se àquele que não foi gasto por quem tinha um pouco, e estava com medo de investir no futuro, pateticamente incerto. O vírus, tal qual monstro desconhecido, jogou para o mais fundo das gavetas o dinheiro que não fosse necessário para comida e remédio. E a economia de nosso gigantesco país, acomodou-se no pânico de uma tragédia nunca imaginada.

Apesar disso, não é necessário ser muito otimista ou sonhador para saber que dinheiro não evapora. Muito bilhões adormecidos esperam o despertar da vida sem Covid-19 para atirar-se em circulação. Cheirando à mofo ou a tinta de fábrica, vão rolar cédulas pelo Brasil todo, puxando saudável clamor de libertação. Consequentemente, nesse benigno burburinho vão se levantar vozes, propósitos e iniciativas.

O jeito metódico que a História tem de caminhar, permite afirmar que no recomeço previsto, o ser humano continuará o mesmo, balançando-se entre a competência e o oportunismo. Os confiantes, honestos e competentes triunfarão e agradecerão a ocasião que tiveram para mostrar seu valor na adversidade. Os oportunistas, apoiados na eficiência de sua astúcia e convicção de tudo saber, acabarão juntando seus burros da água, medindo a fundura de seu grau de mediocridade. E, em nossa pequena grande cidade, tem gente se preparando para entrar em uma ou outra legião de espera.

Quando Gramado começar a receber o dinheiro estocado pela pandemia Brasil afora, terá oportunidade de realmente mostrar quem é. Todos os títulos de glória ou infâmia, derramados sobre a cidade, terão franco campo para se mostrarem verídicos ou não. Tempos muito próximos vão testemunhar se alcançaremos novo apogeu ou a decrepitude versejada em lúgubres prognósticos.

Nossos antepassados, sempre sabiamente submissos às fatalidades do destino, sacodem-se nos retratos em que estão guardados, nas paredes ou em nossos corações. E nós montando projetos que alimentarão sua alegria celestial e a confiança que sabem ter deixado como herança. 

Edições Antigas

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