Não parece haver dúvida de que o mais significativo evento cultural de Gramado é o Gramado in Concert. Pois, esta magnífica iniciativa concebida e concretizada por Rosa Helena Volk, completou dez anos de existência contínua e progressivamente mais refinada em termos de execução e de criação musicais, além exemplar  escola instrumental já de amplo alcance nacional e internacional.

A consistência da edição deste ano impressionou pela sua magnitude: nossa Orquestra Sinfônica, ou as de outros países e estados, lotando auditórios para mil lugares; 400 alunos de 22 estados brasileiros, e outros 10 países, tomando aulas com 28 professores nacionais e internacionais; 33 composições eruditas originais correndo atrás de um único troféu; conjuntos musicais de variados gêneros; orquestras e instrumentistas  espalhando pela cidade  uma riqueza musical que nosso município nunca viu antes. Definindo-se por música sinfônica não obrigatoriamente clássica, vestiu de gala obras populares de amplo conhecimento público. E o nosso Gramado in Concert misturou-se com o povo.

A consistência do trato conceitual que desta vez compôs o Gramado in Concert, repete o mesmo Gramado que tem sido  visto  ao longo de seus 111 anos de vida: a incansável e oportuna capacidade de mudar para crescer, e o costume de tomar suas crises como tempo de apender e não de se lamentar.

É que nossos eventos tradicionais já apresentam molduras naturalmente cansadas pelo tempo e o Gramado in Concert acordou-se para a luz de novos dias. Abriu nossa compreensão para melhor enxergar e compreender a dinâmica do momento histórico que estamos vivendo. E a vaidade que alimentamos em gerar um acontecimento assim, prova que continuamos sabendo mudar para melhor e a não sucumbir sob o acalanto de  ternos elogios ou, nem sempre muito sinceros.

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