Os caminhos do rio 1

Prezado Leitor e Leitora, esta é uma matéria com profunda pesquisa. Frente as questões geradas por redes sociais, noticiários, buscamos contemplar uma linha de informação para que você, no mínimo, entenda as várias realidades do que vivemos e estamos por enfrenta do Rio Grande do Sul . A matéria contempla os meus questionamento,  e está aberta a contribuições, desde que com fonte – Tela Tomazeli   Com previsão de continuidade de precipitações acima da média, conheça as medidas e soluções que o Vale do Taquari pode fazer para evitar novas cheias e enchentes Uma tragédia que ficará para sempre marcada na história do Rio Grande do Sul e, principalmente, dos moradores do Vale do Taquari. A água, vista como um dos bens mais preciosos da Terra, em sua magnitude e força, após intensas chuvas que atingiram o Estado em 72 horas, elevou o nível dos rios, que não comportou e ocasionou enchentes. Foram diversas as cidades atingidas. De forma mais intensa, Encantado, Roca Sales, Muçum e Lajeado ficaram, praticamente, debaixo de água. Centenas de famílias perderam tudo – e, infelizmente, muitas precisaram se despedir de familiares, amigos e conhecidos. São 47 pessoas que não resistiram às enxurradas. Sob efeito do El Niño, um sistema que influencia o tempo em relação às temperaturas – mais altas – e a períodos chuvosos, agora, o cenário é de análise e planejamento. Como prevenir novos episódios? As cidades devem ser reorganizadas? Como ficará o tempo para as próximas semanas e meses? Quais as estratégias devem ser adotadas em curto, médio e longo prazo? Nesta reportagem, apresentamos possíveis soluções e ideias a partir de conversas com especialistas. Também, fazemos um resumo do que esperar do clina.   O clima e a influência do El Niño O El Niño é um fenômeno atmosférico-oceânico, que causa aumento na temperatura do oceano pacífico. Como consequências, temporais e períodos de maior precipitação se tornam mais frequentes. A mudança também acarreta alterações na temperatura. O Estado está sob efeito desde o outono deste ano, mas foi no inverno que se tornou mais evidente. Em junho, a passagem de um ciclone extratropical trouxe diversos problemas, ocasionando já mortes e desastres em escala menor. Na Serra Gaúcha, como na Região das Hortênsias, houve desmoronamentos e deslizamentos de terra. A BR-116, em Nova Petrópolis, até hoje está em obras e operando no sistema Siga e Pare, através de semáforo. Em julho, novamente chuvas fortes atingiram o RS. Mas as que assustaram e trouxeram o sinal de perigo e alerta foram as do início de setembro, quando foram registrados acumulados de chuva de 200 mm a 400 mm no Norte gaúcho. Conforme a MetSul Meteorologia, estação meteorológica particular chegou a anotar 390 mm na região de Passo Fundo. Ainda conforme a empresa, várias outras estações indicaram mais de 300 mm entre o Alto Jacuí, o Planalto Médio e os Campos de Cima da Serra. De acordo com o professor, engenheiro ambiental do Instituto de Saneamento Ambiental da UCS-ISAM e representante da universidade no Comitê Taquari-Antas, Tiago Panizzon, um somatório de fatores levou às cheias do rio. “A chuva ela é em sua maioria natural. Chuva é chuva, não tem como dizer que não foi natural, mas ela foi excepcional. Foi um somatório de fatores, relacionados com El Niño, com uma zona de baixa pressão forte, que puxou umidade do oceano, da Amazônia. Talvez mais importante, foi muito concentrada numa região e se torna problemática. Porque temos chuvas que são curtas e intensas, o que inunda as cidades, chove muito rápido em pouco tempo. E nesse caso foi chuva longa e intensa, essa combinação gerou volume de água grande, que causou transbordamento”, revela. “Ela é uma das maiores chuvas que já tivemos e pegou uma região problemática das cabeceiras. Um estudo aponta as mudanças climáticas e que o Sul tem tendência de aumento de chuvas. Esses eventos extremos talvez não sejam tão extremos, e há uma discussão de rever nossos modelos meteorológicos”, adianta o engenheiro ambiental. Nesta primavera, a MetSul alertou em seus canais que o fenômeno deve ganhar intensidade durante esta Primavera, o que preocupa governos em nível municipal e estadual. “A possibilidade de alcançar o nível de Super El Niño, embora menor, ainda não está descartada. Os efeitos do fenômeno serão mais sentidos a partir de agora no Sul do Brasil”, diz a meteorologista Estael Sias. (https://metsul.com/aquecimento-do-pacifico-e-o-maior-desde-o-super-el-nino-de-2015/). O pico poderá ser atingido no último trimestre deste ano, pegando o início do verão.   A bacia do Rio Taquari-Antas A Bacia Hidrográfica Taquari-Antas, localizada na Região Hidrográfica da Bacia do Guaíba, possui área de 26.430 km² e população estimada de 1,3 milhão de pessoas, abrangendo uma área em torno de 100 municípios e inclui locais distantes de Lajeado, como Cambará do Sul, Serafina Correa e Soledade. A Região Hidrográfica do Guaíba é dividida em nove bacias hidrográficas, que drenam direta ou indiretamente para o Lago Guaíba e este para a Laguna dos Patos, sendo elas: Alto Jacuí, Baixo Jacuí Caí, Gravataí, Lago Guaíba, Pardo, Sinos, Taquari‐Antas e Vacacaí‐Vacacaí‐Mirim. Conforme relatório técnico do governo do Estado, O rio Taquari‐Antas nasce no extremo leste da bacia com a denominação de rio das Antas até a foz do rio Carreiro, quando passa a denominar‐se Taquari, desembocando no rio Jacuí. Tem uma extensão de 546 km desde as nascentes até a foz, sendo que por 359 km é denominado rio das Antas e por 187 km rio Taquari. O rio Taquari‐Antas é o principal afluente do rio Jacuí, o maior formador do Lago Guaíba. “O Taquari faz parte de um conjunto de bacias que convergem na Região Metropolitana, então o que afeta aqui, afeta lá embaixo. Mas o efeito da vazão não é tão expressivo. Porque quando tu está nas cabeceiras, a água chega muito rápido e baixa muito rápido. Mas quanto mais para a frente, mais distribuídas as águas chegam, então se aqui o rio subiu 3 a 4 vezes o nível, lá vai impactar pouco”, explica o representante da UCS.     A cheia e as … Continue lendo Os caminhos do rio 1