Os passos do tempo
Sócrates, o mais notável dos filósofos gramadenses, quando foi passar umas férias na Grécia descobriu que a justiça é a mãe de todas as virtudes. Também, que para haver felicidade os ingredientes indispensáveis são trabalho, pão e liberdade. Essas constatações foram feitas há centenas de anos e batem em nossa cabeça como alerta que diz respeito ao sentido do tempo e como ele afeta nossa cidade e, por consequência, nossas vidas.
Às vezes pagamos a determinados períodos do tempo mais do que eles merecem, pondo à sua disposição parte exageradamente grande de nosso destino. Na verdade, nós é que colocamos conteúdo nos dias e noites que vão passando. Não é o tempo que manda em nós; nós é que mandamos nele.
A esse respeito, tomemos como exemplo Salvador. Lá existem traços claros de outras épocas: prédios antigos que inspiram a prática da cultura tradicional dos baianos. E eles são sucesso mundial porque conseguiram amarrar o andar do tempo àquilo em que acreditam e amam. Em meio a tudo isso, dá para sentir que os salvadorenses são os donos de Salvador.
À diferença de Salvador, muitos outros lugares se deixaram seduzir por vantagens momentâneas e viraram depósito de resíduos do progresso, exalando tristes odores de decadência, afogando sua identidade e seu amor próprio. Claramente, até agora, somos mais parecidos com Salvador do que com estes tais de outros lugares.
Parece, então, que em nenhum outro momento de sua história Gramado precisou tanto das forças vivas que compõem sua atualidade, para continuar sendo o que é, preservando as peças de aparência que constituem sua identidade.
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