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Colunista l pe.arisilva@hotmail.com

Os bem-aventurados do Reino

(Mt 5,1-12)

Solenidade de todos os Santos e Santas

As bem-aventuranças proclamadas por Jesus funcionam como balizas para quem está empenhado em participar plenamente das alegrias do Reino. A alegria maior para o seguidor do Mestre consiste em ser acolhido no Reino, pelo Pai, e poder viver a eterna comunhão com ele.

Ao balizar o caminho do Reino, Jesus estabeleceu parâmetros concretos para orientar a vida do discípulo. São grandes linhas de ação, que conduzem à santidade. Quem se guia por elas, pode estar certo de estar no caminho seguro.

Para alcançar a santidade do Reino é preciso: ter um coração de pobre, totalmente radicado em Deus; ir na contramão do mundo, mesmo devendo sofrer as consequências; ser manso, portanto, não impor-se pela violência; ansiar pela justiça de Deus e contar com os semelhantes, recusar-se empregar dolo ou fraude no trato com o próximo; buscar sempre criar laços de comunhão entre as pessoas, ajudando-as a superar as divisões; não vacilar nos momentos de perseguição, quando resultarem do testemunho do nome de Jesus.

Este projeto de vida é tremendamente exigente. Qualquer desavisado pode correr o risco de desesperar-se ao se confrontar com ele. Contudo, o Senhor do Reino concede seu Espírito, que dá ânimo e força para quem, com sinceridade, trilha o caminho do céu.

 

Escutar de perto as bem-aventuranças:

Felizes “os que têm espírito de pobre”. São os que sabem viver com pouco, confiando sempre em Deus. Feliz uma Igreja com alma de pobre, porque terá menos problemas, estará mais atenta aos necessitados e viverá o Evangelho com mais liberdade. Dela é o Reino de Deus.

Felizes “os sofridos”, os que vivem com coração benévolo e clemente. Feliz uma igreja cheia de mansidão, pois será uma dádiva para este mundo cheio de violência. Ela herdará a terra prometida.

Felizes “os que choram”, porque padecem injustamente sofrimentos e marginalização. Com eles pode-se criar um mundo melhor e mais digno. Feliz a Igreja que sofre por ser fiel a Jesus. Um dia será consolada por Deus.

Felizes “os que têm fome e sede de justiça”, os que não perderam o desejo de ser mais justos nem o afã de construir um mundo mais digno. Feliz a Igreja que busca com paixão o Reino de Deus e sua justiça. Nela surgirá o melhor espírito humano. Um dia seu desejo ardente será saciado.

Felizes “os misericordiosos” que atuam, trabalham e vivem movidos pela compaixão. São os que, na terra, mais se parecem com o Pai do céu. Feliz a Igreja que Deus lhe arranca o coração de pedra e lhe dá um coração de carne. Ela alcançará misericórdia.

Felizes “os que trabalham pela paz” com paciência e fé, buscando o bem para todos. Feliz a Igreja que introduz no mundo paz e não discórdia, reconciliação e não enfrentamento. Ele será “filha de Deus”.

Felizes os que, “perseguidos por causa da justiça”, respondem com mansidão às injustiças e ofensas. Eles nos ajudam a vencer o mal com o bem. Feliz a Igreja perseguida por seguir a Jesus. Dela é o Reino de Deus.

 

É bom crer:

Deus nos criou só por amor, não para seu próprio proveito ou pensando em seu interesse, mas buscando nossa felicidade. A única coisa que interessa a Deus é o nosso próprio bem. Deus quer que a nossa felicidade não só a partir da morte, na assim chamada “vida eterna”, as agora mesmo, nesta vida. Por isso está presente em nossa existência potencializado nosso bem, nunca nosso dano.

Deus respeita as leis da natureza e a liberdade do ser humano. Não força a liberdade humana nem a criação. Mas está junto de nós apoiando nossa luta por uma vida mais humana e atraindo nossa liberdade para o bem. Por isso, em cada momento contamos com a graça de Deus para sermos o mais felizes possível.

A moral não consiste em cumprir leis impostas arbitrariamente por Deus. Se Ele quer que demos ouvidos às exigências morais que levamos dentro do coração, é porque seu cumprimento é bom para nós. Deus não proíbe o que é bom para o ser humano nem obriga ao que pode ser prejudicial. Ele só que o nosso bem.

Ser cristão é aprender a “viver bem” seguindo o caminho aberto por Jesus. As bem-aventuranças são o núcleo mais significativo e “escandaloso” desse caminho. Caminha-se para a felicidade com o coração simples e transparente, com fome e sede de justiça, trabalhando pela paz com entranhas de misericórdia, suportando o peso do caminho com mansidão. Este caminho traçado nas bem-aventuranças leva a conhecer já nesta terra a felicidade vivida e experimentada pelo próprio Jesus.

 

Façamos nossa oração:

Espírito de ânimo e coragem, fortifica-nos na caminhada para o Céu, seguindo as indicações oferecidas por Jesus, a fim de que nós não esmoreçamos nos momentos de dificuldade. Amém

 

“A responsabilidade pelo conteúdo é única e exclusiva do autor que assina a presente matéria”.

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