As crianças
Vivemos nesses dias, tempos dedicados às crianças e ficamos imaginando onde está a fonte que alimenta a felicidade tão completa que transborda delas. Será que os predicados que fazem a infância tão feliz e inesquecível, são exclusivos da falta de tamanho ou do preconceito que consagra uma brutalidade que os adultos, originalmente, não possuem?
O imenso amor merecido pelas crianças deve-se ao fato de elas não serem capazes de fazer mal a ninguém. Não geram medos, porque são incapazes de odiar, vingar-se, nem de cultivar rancores ou inveja. Apesar de tantos benefícios concedidos à condição de criança, fazemos enormes esforços para não parecermos uma delas. O próprio Jesus Cristo recomendou o contrário, mas não costuma ser bem obedecido. Não queiramos, obviamente, cair no ridículo virando crianças no sentido físico literal, mas não há sabedoria em suprimir de nós mesmos a sensibilidade e a objetividade infantis, ao tratarmos dos assuntos que regem nossa vida corriqueira.
Proceder como criança, dentro do equilíbrio que cabe aos adultos, é fator de bem-estar e produtividade. Quanto mais criança a pessoa adulta ativa se permite ser, mais cômoda a vida é, porque não se gasta com a angústia de querer ser mais do que outros, de mandar mais ou mandar menos, de sentir obrigação de parecer próspera e bem sucedida.
Observando as anomalias do comportamento humano e a fúria, cada vez maior, com que a Natureza se apresenta, poderíamos pensar numa visão nova para nossos paradigmas de convívio. E para termos bom começo, quem sabe seria bom nos permitirmos ser crianças toda vez que nossa vontade ou bom senso assim o recomendassem. E para esse projeto dar certo, necessitaríamos ter tanta coragem quanto uma criança tem.
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