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Colunista l romeoernestoriegel@gmail.com

O inverno e suas flores

À sombra dos feriadões que já festejam Gramado ano inteiro, os diferentes personagens que estruturam esses momentos colhem os frutos dos suores e preocupações que, freneticamente, castigam seus mecanismos de sustento. Enquanto isso, o Márcio repousa no bem que suas flores fizeram a tantos espíritos, carentes do desfrute de momentos um pouco mais límpidos e humanizados.

Para compor tal cenário fica disposto, para indiscriminado uso, o capricho dispendido na preparação da cidade para abrigar as simpáticas multidões que, em   irresponsável alegria, espantam para lugar nenhum qualquer vestígio das preocupações que lhes jogaram nos afáveis braços gramadenses.

Nesses tempos o que mais se destaca, mesmo sob o extravagante comportamento de um inverno que bate cabeça entre o calor e o frio, são os maravilhosos retalhos urbanos decorrentes de tantas flores, depositadas harmoniosamente por todos os cantos e canteiros citadinos. E esse imenso tapete, costuma ser muito levado à sério, depois que ganhamos o concurso promovido pela Federação dos Municípios do Rio Grande do Sul de   “ A cidade mais florida do Rio Grande do Sul”.

Desde o tempo em que Irma Peccin juntava suas amigas para plantar flores nos canteiros públicos de Gramado, não se via por aqui alguém tão motivado para adornar a cidade desse modo, quanto Márcio Potratz, o servidor da prefeitura encarregado da empreitada. Mesmo não pertencendo mais à fase romântica de Gramado, mas àquela do rigor artístico e econômico, Márcio depositou sobre suas flores o recatado preciosismo de um terno e inocente afeto. O mover-se do tempo e o pisar das multidões a tudo leva, menos as flores do Márcio.

Estimuladas pela cândida barulheira que lhes circunda, milhões de flores arrepiam suas pétalas em perfumados gestos de boas-vindas e gratidão. Além disso, são os sinais contemporâneos   de um singular e incansável afeto, fraternalmente ligado aos gramadenses que sentem saudades do que fomos ontem e dos que sentem orgulho do que somos hoje. E como é de seu costume, a história gramadense jamais deixará de reescrever o agradecimento que agora dedica ao Márcio e seu veículo com tão encantadoras flores.

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