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Tela Tomazeli l Editora

O Festival de Cinema

Por Tela Tomazeli

Existem algumas formas de se ver o Festival de Cinema de Gramado. Vou aqui colocar como aprendi e repasso o contexto do nosso Festival. Ele faz parte de uma família de quatro filhos que foram criados pela Festa das Hortênsias. É o irmão mais velho da Fearte (in memória), da Festa da Colônia (a amadinha dos gramadenses) e do Natal Luz (hoje o irmão rico da família), que subsidia os irmãos e de primos que vieram ao longo do caminho).

O Festival, na época em que foi criado, como uma mostra, e aqui não vou entrar no mérito para não magoar ninguém, tinha como objetivo um conceito que Gramado sempre trouxe consigo, realizar ações, tão boas e interessantes que passassem a ser notícia de forma obrigatória, mesmo que não pagando mídia e, foi o que aconteceu ao longo dos anos.

Realizado incialmente no mês de janeiro, era um prodígio de manchetes que a piscina do Hotel Serra Azul protagonizava. De vez em quando nós mortais conseguíamos acessar, senão, era somente pelo muro, mas, valia a pena ver os ‘nudes’ e a modernidade dos artistas. Peito de fora era comum nas mulheres. Bebidas, cigarros, cabelões, música…

A noite o Cine Embaixador era o ponto de encontro, já se sabia quem estaria no ‘toldinho’ de acesso, que evoluía a cada ano no formato, não tinha rua coberta, tampouco tapete vermelho para nos deixar longe dos artistas. Após a exibição dos filmes, que normalmente se conseguia convite para sentar no chão, o local das festas era o bar do Serra Azul.

O tempo foi passando, a área cinematográfica querendo mais cultura e menos festas. Esperneavam devido a presença de atores que faziam novelas e não cinema, era meio divido, mas Gramado sabia que, os atores de novela é que davam retorno de mídia. E as coisas foram se equalizando, a mudança de quatro em quatro anos das administrações Pedro Bertolucci e Nelson Dinnebier foi importante porque trouxeram novas pessoas com visões diferentes e o Festival de Gramado foi se consolidado muito mais culturalmente do que socialmente. Na época de crise de filmes brasileiros aconteceu a internacionalização. Creio que este vácuo que o cinema brasileiro teve foi fundamental para a reinvenção das produções pois quando os filmes voltaram a aparecer a mudança já era significativa para o que vemos hoje (tu podes acompanhar através da ‘maratona’ com os filmes que sugerimos em nossa publicação). A curadoria de pessoas ligadas ao cinema passou a ser importantíssima para o setor cinematográfico.

O vácuo social das festas oficias do Festival deu espaço para a entrada da inciativa privada, até como retorno para os patrocinadores, principalmente de bebidas e cigarros e surgiram as baladas eletrônicas, reunindo milhares de jovens em hotéis com pacotes fechados, e centro de eventos. Até que chegaram as ruas e aos restaurantes da Rua Coberta.

Editora / Cidadão gramadense

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