Sobre a dinâmica do caos
Todo o nosso país está sufocado pela pressão que os veículos de transporte exercem sobre o território e a consciência dos brasileiros. Os carros sentenciam à morte centenas de pessoas todos os meses, os congestionamentos geram desespero e frustração e quem anda de carro vive a inquietação de chegar atrasado a qualquer lugar. A confusão do trânsito tomou conta de nossos assuntos diários, diminuindo todos os outros que deveríamos de discutir.
Em alguns temas, o gramadense é de uma competência capaz de encantar o país. Em outros, paradoxalmente, ninguém pode ser mais obtuso. Um deles é incapacidade de ordenar a mobilidade urbana da cidade onde mora.
Encantador, eficiente, libertador, garantido uma aparência de beleza e importância que seus donos geralmente não têm, o automóvel aparece como desembocadura para as mais diversas frustrações. A sua finalidade natural de garantir o direito de ir e vir está prejudicada, porque os carros foram transformados em adornos urbanos e sociais, atravancando a mobilidade que deveriam de promover. E é muito clara a tácita resignação administrativa de que eles são intocáveis.
Ratificando evidências, que como gramadense, exponho mais uma vez com estremo pesar e muita vergonha, nenhum Conselho, Câmara de Vereadores, Poder Executivo, entidade constituída ou grupo de qualquer outro tipo, construiu e ofereceu um plano concreto para solucionar o caos automobilístico que está encolerizando e espantando nossos turistas.
Então, fica claro que o maior problema que hoje nos desafia, é a caótica situação de nosso trânsito urbano. E, também está clara, a renitente incapacidade de qualquer setor da comunidade gramadense em sequer sugerir mecanismos que possam enfrentar essa já tão clara e constrangedora calamidade.
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